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Dificuldade: média

O arquipélago dos Açores, localizado no oceano Atlântico, é formado por um conjunto de ilhas, todas de origem vulcânica, cujo contexto tectónico está representado na Figura 1.

A ilha de Santa Maria é a mais antiga do arquipélago. Formou-se há cerca de 10 milhões de anos (Ma), durante o Miocénico (23 a 5,3 Ma), e não teve atividade vulcânica nos últimos 2 Ma. A ilha apresenta complexos vulcânicos associados a vulcanismo submarino e a vulcanismo subaéreo. Durante os processos de vulcanismo formaram-se cinzas, lapilli e escoadas basálticas.

Ao longo da sua história geológica, Santa Maria tem estado sujeita quer a processos de levantamento, relativamente ao fundo oceânico, quer a variações do nível médio da água do mar, que, durante os últimos 5 Ma, terá estado, no máximo, cerca de 50 metros acima do atual. Estas variações tiveram como resultado a origem e a exposição de antigas plataformas de abrasão marinha¹ e o afloramento tanto de lavas em almofada, do Pliocénico (5,3 a 2,6 Ma), como de rochas sedimentares com fósseis, predominantemente marinhos.

Na costa sul da ilha, sobre a plataforma de abrasão, de natureza basáltica, formou-se um conglomerado fossilífero com cimento carbonatado que incorporou material bioclástico. Sobre este conglomerado ou diretamente sobre a plataforma de abrasão, existe a jazida fossilífera da Prainha, datada do Plistocénico (2,6 a 0,01 Ma). Nesta jazida, podem ser encontrados fósseis de algas vermelhas calcárias. Estas algas calcárias incorporaram dióxido de carbono e iões cálcio, acumulando carbonato de cálcio nas paredes celulares e, à medida que cresceram, formaram a crosta algal. Há cerca de 115 000 anos, alterações locais do hidrodinamismo levaram a que as areias do fundo marinho fossem transportadas para o litoral, depositando-se a uma velocidade superior ao ritmo de crescimento das algas calcárias. Esta areia permitiu a instalação de bivalves litorais, que necessitam de habitats arenosos, como os da espécie Ensis minor, cujos fósseis se encontram também na jazida da Prainha. Esta espécie não existe atualmente na ilha de Santa Maria e o seu desaparecimento poderá estar relacionado com os efeitos de uma glaciação, no Plistocénico.

A Figura 2 representa esquematicamente a evolução da zona da Prainha através dos perfis litorais, hipotéticos, há 130 000 anos (Figura 2A) e há 100 000 anos (Figura 2B). A Figura 2C representa uma ampliação de parte da Figura 2B.

Nota:
¹Plataforma de abrasão marinha – superfície litoral rochosa, aplanada pela erosão marinha, que resulta do desmoronamento e do recuo das falésias e que fica exposta na maré vazia.

Questão:

De acordo com os dados, durante a evolução geológica do litoral na região da Prainha, compreendida no período entre 130 000 anos e 100 000 anos, terá ocorrido

Fonte: Exame - 2024, Época especial
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(A) a formação de uma praia de cascalho que reduziu a ação erosiva das ondas sobre a arriba.
(B) uma diminuição do hidrodinamismo que levou à remoção das areias depositadas no fundo marinho.
(C) o recuo progressivo da linha de costa como consequência da erosão costeira.
(D) uma diminuição da superfície da ilha de Santa Maria devido a uma glaciação.


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